3 de março de 2015

Tocam-me a alma, como se minhas fossem.
Sinto-as em mim, como se de mim fizessem parte.
Insistem e persistem,
Obstinadas, penosas, intensas...

Invadem-me seus tentáculos, numa brecha triste.
Agarram-me por uma lágrima perdida.
Querem-me levar, que numa delas me torne!
Para ser mais um espírito errante,
Uma mancha sem cor, dispersa, vagabunda!

Saboreio-as, deixo-me levar
Nelas me perco, me entristeço.
Dissimuladas, loucas, iludem-me!
Sussurram-me... mas não esmoreço.

Não as pedi, não as chamei,
Não tenciono delas ser amante:
Que sigam caminho, que não levem ninguém,
Que não destruam mais corações,
Sombras errantes, sombras de alguém!

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