28 de março de 2012

Pele


Oscila e treme ao toque do vento.
Suave, ondulante, perdida.
Alma sem norte, corpo sem destino,
Coração sem rumo, sonho vagabundo.

Parece que estou sozinha, mas estou só,
Apenas acompanho estes passos leves,
A sorrir para mim, para a infinidade do tudo
Para o vazio do nada.
Em frente um abismo, atrás um vazio sem nexo.

Continuo a sonhar a cores, a fazer o que devo.
E nada disto faz de mim um exemplo.
Não sou essa heroína que vês no escuro brilho da noite
Ou esse anjo com passo forte, essa guerreira destemida,
Sou apenas eu...Eu que debaixo desta pele
Não sou mais que pequena, fraca e sonhadora.

Todos estes pensamentos estão debaixo da minha pele,
Roem vorazmente, corroem a cada passo dado,
Consomem-me sem dó, culpa ou piedade.
São meus e são eu, fazem este simples nós
Que existe para os olhos teus.

16 de fevereiro de 2012

Divagando


Sentada na areia
Deixo minha mente divagar
Perco-me em sonhos
De que não quero acordar.

Esta brisa fria que me faz gelar
Não me deixa perder o alento,
Não consegue que deixe de acreditar.

Sinto que a minha vida é um carrossel
Que estou que nem princesa,
numa cama de dossel onde tudo gira,
E tudo volta ao ponto de partida.

O Livro da Vida


No livro da vida, cada página é um dia.

Cada linha tem uma emoção, cada momento uma sensação.

Há sempre uma surpresa à espera, uma possível lágrima a surgir, um sorriso sem motivo a desabrochar.

Neste livro aparecem as mais inesperadas situações, as mais invulgares amizades, as mais insuspeitas contradições.

Uma frase pode conter mil mentiras mas um olhar bem observado pode ter milhares de distintas emoções.

Este é o livro mais fascinante de todos e do qual ninguém escapa nem imune, nem impune.

É a prova de que vivemos a vida, mesmo quando achamos que ela nos passa ao lado e em simultâneo é o livro que ninguém vai ler.

Para além de ser o único livro que jamais se consegue abrir é também só meu ou só teu, pois por muito que faças parte dele a história que no teu livro está escrita jamais vai ser igual à do meu...

27 de junho de 2011

Brilho

Como brilham, como cintilam
Na profundidade desse olhar!
Mas não dói. Agora não dói.
O tempo curou.
O sorriso é verdadeiro.
O brilho nos olhos é diferente.
A alma tem um novo esplendor.
E sim, são lágrimas, sim!
Mas são de felicidade!

10 de janeiro de 2011

Luar


Neste cantinho iluminado apenas pelo luar,

Só com a minha presença a acompanhar-me,

Tomo noção do que sou, de como mudei e posso mudar.



Como me sinto leve debaixo da luz irradiada pela noite!

É aqui que desabafo dores e pensamentos:

É aquele astro lá no alto que houve meus tormentos.



Só na lua confio…

Sei que não me pode dar uma palavra amiga

Mas entre os sussurros desta fria brisa que me banha a face,

É na natureza que encontro todas as respostas.

10 de setembro de 2010

Tarde


Sonhei contigo, com a tua doçura,
A tua leveza, o teu sorriso e ternura.
Acordei sem ti,meia perdida,
Agarrada a uma almofada,
Acorrentada à força da vida.

Aprendi a viver sem ti,
Quando contigo não vivi.
Avancei, cambaleante, rumo ao real
Quando deste nunca saí...

Limitei-me a não acreditar,
A pensar e repensar e tudo avaliar
E então percebi o quão tarde era,
Como a noite e a escuridão me abraçavam,
Como a solidão me amordaçava...

O tempo passou e nada mudou...
Não há cura para esta marca,
Esta cicatriz que me seguirá até ao fim.
É parte de mim e não a largarei,
Quero-a...
Para não esquecer a ilusão que é ser feliz...

Dedicado a ti...que não sabes o que significaste para mim

4 de junho de 2010

Alma

Este frescor que me acalma,
Adormece todo o meu ser.
Arrefece-me a alma,
Desorienta o meu querer.
Refreia-me o desejo,
Seca-me a veia da paixão,
Apaga-me o passado,
Mas anima meu coração.

12 de abril de 2010

Passado


Atrás, um dia voltei.
Ao ver uma lágrima, sorri.
Com saudade, a saudade chorei,
Pelo dia em que por ti sofri.

Da dor, uma alegria fiz.
Do vazio, um grito lancinante enviei.
E numa gargalhada, tudo desfiz!

Meu corpo senti tremer,
Recordação dessa cor, desse doce sabor...
Minha alma quase a desfalecer,
Ao um ardente beijo teu reviver.

Com impeto, os olhos quis abrir,
Mas, ai! Coração palpitante!
Das cinzas, nasceu um novo fulgor!
Um negro e real pensamento bastou...
E logo, meu castelo de areia ruiu,
Toda a alegria se desmoronou!

A felicidade, entre um abraço fugiu,
A realidade sobre mim se abateu...
Orgulho irracional, por ti tudo estraguei,
Perdi o único ser que alguma vez amei!

23 de março de 2010

Um beijo

Purple Heart
Num leve sussurrar,
Da brisa que neste lugar se faz sentir,
Escondo o meu tímido olhar
Mas jamais pararei de sorrir.

Com escassas palavras,
Pequenos simples gestos porventura,
Escolho este momento
Para te declarar todo o amor que me vai na alma.

Não desejo qualquer aventura,
Apaixonei-me pela tua doçura e calma.
No segundo em que contigo me cruzei
Deixei-me encantar pela tua ternura.

Quedo-me encantada, presa a ti fiquei
Com correntes de seda e carinho,
Com um beijo e um simples miminho.

22 de março de 2010

Não chores mais

colorful purple eye tear
Fecha os olhos. Ouve o que te rodeia.
Deixa-te envolver pela magia da paz.
Permite-te uma fuga à ferida que te tortura.
Sorri pelos momentos de profunda ternura...

Mas dói, dói tanto! Deixa-me voltar atrás!

Sabes...Amanhã doerá menos, se conseguires acreditar,
Se deixares que o sol resplandeça de novo para ti.
Uma fresta de luz é toda uma esperança,
Mas tens de saber...Apesar de tudo, teu lugar é aqui.

Mas dói, dói tanto! Deixa-me voltar atrás!

Retroceder é fazer teu coração desfalecer.
Não sentirás, mas a tua alma enegrecerá,
No teu peito, uma corrente de espinhos ir-se-á cravar.
Esse teu belo sorriso...jamais surgirá...

Mas dói, dói tanto! Deixa-me voltar atrás!

Se parares um momento, vais ouvir tantos ais,
Tanta mágoa e sofrimento profundos...
E todos, do arrependimento são provenientes.
Independemente de onde venham, de quais os seus mundos.